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Condropatias são condições que afetam a cartilagem das articulações, especialmente joelhos e ombros, causando dor, rigidez e perda de mobilidade. Se não tratadas, podem evoluir para desgaste articular e limitações significativas na rotina.
Neste blog do Dr. Itamar Neto, ortopedista e traumatologista, você vai entender o que são condropatias, conhecer as principais causas, descobrir os sintomas e explorar as opções de tratamento disponíveis, desde fisioterapia até procedimentos avançados. Continue a leitura para cuidar melhor de suas articulações e evitar complicações.
Condropatia é o termo usado para descrever qualquer alteração na cartilagem articular, tecido que reveste os ossos dentro da articulação e permite movimentos suaves. Quando a cartilagem sofre amolecimento, fissuras ou desgaste, ocorre inflamação e dor na região afetada. As condropatias são classificadas de acordo com a gravidade:
Nesta fase inicial, a cartilagem apresenta um aspecto amolecido, mas sem rupturas aparentes. O quadro pode ser reversível com repouso, fisioterapia e mudanças no estilo de vida.
Pequenos trincados começam a se formar na cartilagem, mas sem atingir suas camadas mais profundas. Ainda é possível tratar com medidas conservadoras para evitar progressão.
A cartilagem já apresenta fissuras que alcançam camadas internas, indicando um desgaste mais avançado. A dor é mais intensa e há maior risco de limitação funcional.
É o estágio mais grave. A cartilagem praticamente desaparece, deixando o osso exposto. O atrito direto entre os ossos causa dor intensa e pode exigir cirurgia para alívio dos sintomas.
As condropatias podem ter origem em diferentes fatores:
Com o avanço da idade, a cartilagem articular passa por alterações estruturais e bioquímicas. Ela perde parte de sua elasticidade e capacidade de regeneração, tornando-se mais suscetível a danos. O processo de desgaste é gradual e pode ser agravado por outros fatores, como sedentarismo e má postura. Esse envelhecimento é uma das causas mais comuns de condropatias, especialmente em pessoas acima dos 50 anos.
Esforços repetitivos e sobrecarga mecânica sobre as articulações são fatores que aceleram o desgaste da cartilagem. Atividades como corrida de longa distância, saltos frequentes e movimentos repetitivos no trabalho manual contribuem para o surgimento de microlesões. Ao longo do tempo, essas lesões se acumulam e favorecem o desenvolvimento da condropatia, principalmente em joelhos, quadris e ombros.
Impactos diretos na articulação, como quedas, pancadas fortes ou torções, podem provocar danos imediatos à cartilagem. Essas lesões agudas causam fissuras ou fraturas no tecido cartilaginoso, iniciando um processo inflamatório. Além disso, lesões ligamentares ou meniscais associadas aumentam a instabilidade da articulação e agravam o desgaste da cartilagem, tornando o quadro mais complexo.
A genética também exerce influência sobre a integridade da cartilagem. Pessoas com histórico familiar de doenças articulares, como artrose precoce ou condromalácia patelar, podem apresentar alterações genéticas que comprometem a produção de colágeno e outros componentes essenciais da cartilagem. Essa predisposição torna o tecido mais vulnerável a lesões, mesmo em situações de esforço moderado.
O desalinhamento dos membros inferiores, como joelho valgo (voltado para dentro) ou varo (voltado para fora), provoca distribuição desigual da carga sobre a articulação. Esse desequilíbrio gera maior atrito em determinadas regiões da cartilagem, acelerando seu desgaste. Além disso, alterações biomecânicas, como diferença no comprimento das pernas ou pés planos, também contribuem para a sobrecarga localizada e surgimento de condropatias.
A condropatia pode afetar diversas articulações do corpo, sendo mais frequente em locais submetidos a grandes cargas ou movimentos repetitivos. Conheça os principais sítios de ocorrência:
O joelho é a articulação mais impactada pela condropatia, especialmente na região femoropatelar. A cartilagem da parte de trás da patela sofre desgaste devido à pressão durante a flexão e extensão, gerando dor anterior, estalos e dificuldade para subir escadas. A instabilidade e desalinhamentos, como joelho valgo, aumentam ainda mais o risco.
No ombro, a condropatia acomete a cartilagem da articulação glenoumeral ou da articulação acromioclavicular. Movimentos repetitivos de elevação e rotação, comuns em esportes e atividades de levantamento de peso, podem lesar o tecido cartilaginoso, causando dor e limitação de alcance.
A articulação do quadril também pode desenvolver condropatia, sobretudo em corredores e dançarinos. O atrito entre a cabeça femoral e o acetábulo provoca desgaste da cartilagem, resultando em dor na virilha irradiada para a coxa.
Atividades de impacto, como corrida e salto, podem levar à condropatia no tornozelo e nas articulações dos pés. O desgaste do tecido cartilaginoso reduz a capacidade de amortecimento, causando dor ao caminhar e praticar exercícios.
Embora menos comum, condropatias podem ocorrer nos discos intervertebrais da coluna cervical e lombar, onde a cartilagem fibrosa (discos) se desgasta, provocando dor local e irradiada.
Reconhecer os sinais iniciais garante tratamento precoce e evita evolução. Os principais sintomas incluem:
dor articular;
estalos e crepitações;
rigidez e inchaço;
limitação de movimento;
sensação de instabilidade;
Dor geralmente profunda, localizada na articulação do joelho, que piora com movimento e melhora com descanso.
Sons de estalo ou rangido ao movimentar o joelho ou ombro indicam atrito irregular na superfície articular.
Após repouso prolongado, a articulação fica rígida; pode haver acúmulo de líquido e inchaço.
Dificuldade em dobrar, estender ou girar a articulação, prejudicando atividades diárias e esportivas.
Em graus avançados, a articulação pode ceder ou falhar ao apoiar o peso.
O diagnóstico das condropatias começa com uma avaliação clínica detalhada feita pelo ortopedista. Nessa etapa, o médico coleta o histórico do paciente, investiga os sintomas, realiza palpação da articulação, testes de mobilidade, estabilidade e identifica possíveis desalinhamentos. Essa análise inicial é essencial para direcionar os exames de imagem mais adequados.
Entre os exames complementares, a radiografia é útil para descartar fraturas, avaliar o alinhamento ósseo e o espaço articular. Já a ressonância magnética é considerada o melhor exame para visualizar a cartilagem, pois permite identificar o grau da lesão e possíveis inflamações associadas. A ultrassonografia, por sua vez, pode ajudar na identificação de derrames articulares e na avaliação das estruturas moles próximas à articulação.
Em casos mais complexos ou quando os exames não oferecem informações conclusivas, pode ser indicada a artroscopia diagnóstica. Esse procedimento minimamente invasivo permite ao ortopedista visualizar diretamente a articulação por meio de uma câmera inserida através de pequenas incisões, possibilitando também intervenções terapêuticas no mesmo momento, se necessário.
O tratamento de condropatias varia conforme o grau e sintomas. As abordagens incluem:
Fisioterapia e exercícios terapêuticos: fortalecimento muscular, alongamento e reeducação postural.
Medicação: anti-inflamatórios, analgésicos e condroprotetores (colágeno, glucosamina).
Órteses e palmilhas: correção de pisada e alinhamento.
Infiltrações: ácido hialurônico para lubrificação e corticosteroides para controle da inflamação.
PRP (plasma rico em plaquetas): estimula a regeneração tecidual.
Células-tronco: potencial para reparar áreas lesionadas da cartilagem.
Ondas de choque e laserterapia: promovem a cicatrização e aliviam a dor.
Artroscopia de desbridamento: remoção de fragmentos soltos e realinhamento.
Microfraturas: técnica que estimula a formação de tecido fibrocartilaginoso.
Transplante de condrócitos: reposição de cartilagem em áreas críticas.
Osteotomia: realinhamento ósseo para redistribuir carga.
Prótese parcial ou total: em casos de desgaste avançado importante.
Se você apresenta sintomas de condropatia e deseja avaliação especializada, o Dr. Itamar Neto oferece diagnóstico preciso e tratamentos personalizados para devolver a saúde das suas articulações. Agende sua consulta agora mesmo!
Condropatias são causadas por desgaste ou lesões na cartilagem articular devido ao envelhecimento, sobrecarga repetitiva, desalinhamentos articulares, traumas ou fatores genéticos.
Os sintomas incluem dor na articulação, estalos, rigidez, inchaço, limitação de movimento e sensação de instabilidade. A avaliação médica e exames de imagem confirmam o diagnóstico.
A ressonância magnética é o exame mais eficaz para visualizar alterações na cartilagem. Radiografias ajudam a descartar outras condições ósseas.
Embora a cartilagem não se regenere completamente, os tratamentos conservadores, biológicos e cirúrgicos podem aliviar os sintomas, desacelerar o progresso e melhorar a função articular.
Repouso, fisioterapia, fortalecimento muscular, uso de anti-inflamatórios e infiltrações de ácido hialurônico são as primeiras estratégias para controlar dor e inflamação.
A cirurgia é indicada em casos avançados (graus III e IV) ou quando tratamentos conservadores não trazem alívio, incluindo artroscopia, transplante de condrócitos ou osteotomia.