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A condromalácia patelar é uma condição que afeta milhares de pessoas e costuma gerar dor e desconforto na região anterior do joelho. Jovens, atletas e quem passa muito tempo sentado podem desenvolver esse problema, que surge quando a cartilagem sob a patela (rótula) sofre desgaste ou amolece. O resultado? Estalos, incômodo ao subir escadas e dificuldade para praticar esportes.
Neste blog do Dr. Itamar Neto, ortopedista especialista em joelho, você vai descobrir o que é condromalácia patelar, como identificar os principais sintomas, entender as causas e conhecer as melhores opções de tratamento. Acompanhe este guia completo para cuidar do seu joelho e retomar suas atividades sem dor.
A condromalácia patelar é uma condição que afeta a cartilagem que reveste a parte de trás da patela, responsável por garantir o movimento suave entre a rótula e o fêmur durante a flexão e extensão do joelho. Quando essa cartilagem começa a amolecer, perder firmeza ou se desgastar, a articulação passa a sofrer um atrito maior.
Esse aumento do atrito pode causar dor, inflamação local e até mesmo desgaste progressivo da articulação, comprometendo a mobilidade da pessoa. Essa condição não escolhe idade, embora seja mais frequente em adolescentes, jovens adultos e atletas, principalmente por conta da prática intensa de atividades físicas.
Pessoas com desalinhamentos nos membros inferiores, como joelhos voltados para dentro ou para fora, e indivíduos com músculos enfraquecidos ao redor do joelho, especialmente o quadríceps, também estão mais suscetíveis a desenvolver condromalácia. O problema pode surgir de forma silenciosa e ir se agravando com o tempo, sendo importante prestar atenção aos primeiros sinais para buscar tratamento adequado o quanto antes.
Patela (rótula): osso sesamóide que protege a frente do joelho.
Cartilagem articular: camada lisa que reveste superfícies ósseas.
Trato iliotibial e ligamento patelar: estruturas que influenciam o alinhamento da patela.
Quando a cartilagem patelar não suporta adequadamente a carga, surgem microlesões que evoluem para condromalácia.
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Reconhecer os sinais de condromalácia patelar precocemente ajuda a evitar agravamentos. Fique atento a:
A dor costuma se concentrar na frente do joelho, atrás da patela. Ela pode ser intermitente no início e evoluir para incômodo constante, intensificando-se ao subir ou descer escadas, agachar ou levantar-se após longos períodos sentado.
A sensação de estalos, rangidos ou crepitações no joelho durante movimentos como dobrar ou esticar pode ser um dos primeiros sinais da condromalácia patelar. Esse som ocorre porque a cartilagem danificada da patela perde sua suavidade e, ao deslizar sobre o fêmur, provoca atritos irregulares.
Em vez de um movimento fluido e silencioso, há ruído e desconforto, especialmente em atividades que exigem flexão do joelho, como subir escadas, agachar ou levantar-se de uma cadeira. Embora nem todo estalo indique problema, quando esse sintoma se torna frequente e doloroso, é importante procurar avaliação médica.
A instabilidade no joelho é outro sintoma comum em pessoas com condromalácia patelar. Muitos pacientes relatam que o joelho dá a impressão de “sair do lugar”, “falhar” ou “ceder” ao realizar movimentos simples, como caminhar, correr ou mudar de direção rapidamente. Essa sensação acontece porque o desgaste da cartilagem altera o encaixe ideal entre a patela e o fêmur, comprometendo a estabilidade da articulação.
Com isso, o corpo tenta compensar a falta de alinhamento, o que pode piorar o quadro se não tratado corretamente. Essa falsa sensação de fraqueza pode afetar a confiança da pessoa durante a prática de atividades físicas.
Em estágios mais avançados da condromalácia, o joelho pode apresentar inchaço discreto ao redor da patela, principalmente após longos períodos em pé ou após a prática de exercícios. Esse inchaço é resultado da inflamação que ocorre quando a cartilagem lesionada gera atrito excessivo. Junto com o inchaço, é comum sentir rigidez na articulação, especialmente ao acordar ou após ficar sentado por muito tempo.
A rigidez dificulta os primeiros movimentos do dia e tende a melhorar com o aquecimento gradual do corpo. Esses sinais devem ser levados a sério, pois indicam que a articulação está sofrendo e precisa de atenção especializada.
Diversos fatores contribuem para o surgimento da condromalácia patelar. Conheça as causas principais:
Desvios posturais, como joelho valgo ou varo, fazem a patela deslizar de forma irregular. O desequilíbrio aumenta a pressão em pontos específicos da cartilagem.
Músculos do quadríceps, glúteos e core fracos não estabilizam adequadamente o joelho. Isso resulta em esforço excessivo da cartilagem patelar.
Atividades repetitivas de impacto (corrida, salto) exercem constante pressão sobre a patela. Sem recuperação suficiente, inicia-se o desgaste.
Quedas ou pancadas no joelho podem danificar a cartilagem, precipitando o processo degenerativo.
O diagnóstico envolve avaliação clínica e exames de imagem:
Avaliação ortopédica,
Radiografias,
Ressonância magnética,
Ultrassonografia.
O ortopedista analisa o histórico de sintomas, realiza palpação da patela e testes de compressão (teste de Clarke) para identificar dor e instabilidade.
As imagens de raio‑X ajudam a descartar outras causas de dor, como fraturas ou artrose avançada.
Exame essencial para visualizar a cartilagem e grau de desgaste, permitindo classificar a condromalácia em graus I a IV.
Útil para avaliar derrames articulares e detectar alterações de tecidos moles ao redor do joelho.
O tratamento varia conforme a gravidade e pode ser dividido em conservador e cirúrgico:
Fisioterapia: exercícios de fortalecimento do quadríceps e glúteos, além de reeducação biomecânica.
Alongamento: foco em isquiotibiais, panturrilhas e trato iliotibial.
Órteses e palmilhas: correção de pisada para melhorar o alinhamento.
Infiltrações: ácido hialurônico ou corticosteroides para reduzir a inflamação.
Repouso ativo: reduzir atividades de impacto e priorizar exercícios de baixo peso.
Em casos refratários ou graus avançados
Artroscopia: desbridamento da cartilagem e realinhamento patelar.
Realinhamento osteotômico: correção de deformidades ósseas.
Transposição do tendão patelar: em situações específicas de desalinhamento grave.
Para evitar a condromalácia ou impedir sua evolução:
Fortalecimento muscular contínuo: mantenha quadríceps e glúteos fortes.
Correção postural: assessoria para melhorar postura e técnica esportiva.
Controle de volume de treino: alterne atividades de impacto com exercícios de baixo impacto, como natação.
Calçados adequados: tênis com bom amortecimento e suporte.
Peso corporal saudável: cada quilo a mais aumenta a carga sobre a patela.
Se você sofre com dor na frente do joelho, estalos ou sensação de instabilidade, não deixe a condromalácia patelar avançar. O Dr. Itamar Neto, ortopedista e traumatologista especializado em joelho, oferece diagnóstico preciso e tratamentos personalizados para aliviar sua dor e restaurar sua mobilidade. Agende sua consulta agora mesmo e cuide da saúde dos seus joelhos com quem entende do assunto!